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Quem foram as vítimas do Holocausto?

Atualizado: 6 de mar. de 2023

Artigo


Cartaz antisemita - História em Destaque

Por razões ideológicas, o regime nazista perseguiu diferentes grupos. O principal alvo foi o povo judeu, que sofreu perseguição sistemática e assassinato em massa pelo regime de Hitler e seus colaboradores. O povo judeu não foi o único a sofrer com o regime nazista. Milhões de outras pessoas sofreram com as brutais políticas do regime de Hitler, mas não idênticas.

Após o início da Segunda Guerra Mundial, o número de grupos de vítimas se expandiu para incluir poloneses, prisioneiros de guerra soviéticos, cidadãos soviéticos e outros.


Os Judeus

Na Europa, todos os judeus se tornaram alvos de assassinato pelos nazistas. O regime considerava os judeus, um “perigo mortal” para a “raça” ariana, então Hitler e seus colaboradores mataram dois terços (seis milhões) dos judeus da Europa.



Segundo os nazistas, para manter a pureza da raça alemã, os judeus deveriam ser eliminados, garantindo assim a sobrevivência a longo prazo das pessoas de “sangue alemão”. Em 1930, esse pensamento significou a emigração obrigatória de judeus da Alemanha e a anexação da Áustria. As ações ganharam intensidade durante a Segunda Guerra Mundial, com milhões de judeus sob o controle alemão. A campanha antijudaica transformou-se em assassinato em massa e, então, genocídio sistemático. Para a chamada “solução final para a questão judaica na Europa”, homens, mulheres e crianças judias ao alcance dos nazistas eram sistematicamente assassinadas.

Muito antes dos nazistas assumirem o poder, os judeus já viviam por toda a Europa há séculos. Com o início da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, o povo judeu que habitava cerca de 20 países, foram perseguidos e mortos pelos nazistas e seus colaboradores. Durante a guerra, 6 milhões de judeus da Europa foram mortos pela Alemanha nazista. Desse total, 1,5 milhão era de crianças, desde recém-nascidos até jovens de 17 anos, e 4,5 milhões de todos os judeus mortos viviam na Polônia, União Soviética e outras regiões do leste da Europa. Por motivos históricos, as populações judaicas eram em maior número nessas áreas.



Os judeus vítimas dos nazistas eram de todas as origens. Elas eram ricas ou pobres, da religião ortodoxa ou secular, vinham de todos os espectros políticos, da esquerda ou da direita, todos foram perseguidos e assassinados. Eles foram visados pelos nazistas com base em seu “sangue” ou sua “raça”. Protestantes e católicos que eram netos ou filhos de judeus também se tonaram vítimas dos nazistas.


Uma pequena minoria conseguiu sobreviver ao Holocausto fugindo para refúgios seguros durante a década de 1930. A guerra contribuiu para criar várias barreiras à migração. Alguns sobreviventes passaram a viver em territórios não ocupados da União Soviética, longe da frente militar. Após o fim da guerra, muitos judeus viveram em campos para pessoas deslocadas. Algumas moraram nesses campos por anos, porque não podiam retornar a suas casas e a imigração ainda era muito difícil. Muitos sobreviventes emigraram para os Estados Unidos da América, Palestina, Canadá, Austrália, África do Sul e América Latina.


Os “ciganos”

Chamados de “ciganos”, os Roma e Sinti eram considerados pelos nazistas uma ameaça racial e social. Eles são compostos por grupos diferentes denominados “tribos” ou “nações”. Fazendo parte dessa minoria étnica estão os Roma e Sinti. Os Roma predominaram na Áustria e no leste e sul da Europa. Já os Sinti predominavam na Alemanha e na Europa Ocidental.



A nação Roma e Sinti eram vistos pelos nazistas como “antissociais”, racialmente “inferiores” e “o incômodo cigano”. Estima-se que 250.000 membros dessa minoria foram mortos pelos nazistas e seus colaboradores durante a guerra. Essas vítimas do genocídio eram homens, mulheres e crianças, nômades ou residentes em cidades e vilas.


Na Alemanha, muitos classificados como “ciganos” foram obrigados a passar pelo processo de esterilização e vários Roma e Sinti foram presos e levados para campos de concentração como “não-sociais”.


Alemães com deficiência

Pessoas com deficiência físicas e mentais avaliadas como hereditárias foram alvos dos nazistas. Esses indivíduos eram vistos como biologicamente “defeituosos” e uso de recursos nacionais desnecessário. Eles foram descritos pela propaganda nazista como “comedores inúteis”. Em 1933, uma lei era usada para prevenir o nascimento de crianças com “defeitos” genéticos. Ela obrigava a esterilização de pessoas diagnosticadas com certas condições físicas ou mentais. Acredita-se que 300.000 a 400.000 homens e mulheres foram esterilizados.


Como disfarce, os nazistas usaram a “emergência nacional” da guerra, e no ano de 1939, o regime nazista aumentou suas políticas contra pessoas com deficiência. Um dos principais alvos dos nazistas eram pacientes com deficiência, que viviam em instituições de saúde mental. Estima-se que 250.000 pessoas foram assassinadas no programa secreto “T-4”, relacionado com a “eutanásia” realizadas na Alemanha. As vítimas em sua grande maioria eram de origem étnica alemã, não judia. Entre as vítimas estão cerca de 7.000 crianças. O programa T-4 foi o primeiro a usar o método de câmaras de gás disfarçadas de chuveiros para assassinar pessoas.


Povo polonês

Um povo que também sofreu com as perseguições nazistas foi o polonês. Eles eram vistos como eslavos “subumanos”, e sofreram uma ocupação brutal pelo exército alemão. Os nazistas prenderam e mataram dezenas de milhares de membros das elites polonesas, acusados de serem líderes da resistência.


Outro grupo visto pelos nazistas como “subumanos” eram os soldados soviéticos capturados. O regime nazista acreditava que os soviéticos estavam ligados à “ameaça judaico-bolchevique”. Cerca de 3,3 milhões de soldados soviéticos morreram por maus-tratos ou por execuções.


O regime de Hitler visou vários outros grupos como oponentes políticos reais e suspeitos, Testemunhas de Jeová, pessoas consideradas “não sociais” e homens acusados de praticar atos homossexuais. Essas pessoas estavam entre as centenas de milhares de vítimas, presas e mortas nos campos de concentração. Essas vítimas morreram de doenças, excesso de trabalho, fome e maus-tratos.


Os poloneses não eram bem vistos pela ideologia nazista, para eles o povo polonês era “subumano” que ocupavam terras vitais para a Alemanha. Visando prevenir uma possível resistência polonesa após a invasão em setembro de 1939, o regime nazista matou ou prendeu dezenas de milhares de pessoas da elite polonesa. Entre as vítimas estavam clérigos, funcionários do governo, professores, médicos, militares e jornalistas. Muitos rapazes e moças na Polônia foram levados para a Alemanha para trabalhar, a grande maioria contra sua vontade. Cerca de 1,5 milhão de poloneses e europeus orientais, foram sujeitos a discriminação severa. Atos considerados pelos nazistas como “impureza racial” levaram centenas de homens poloneses a serem executados. Centenas de homens poloneses que tiveram relações sexuais com mulheres alemãs foram executados.


Prisioneiros de guerra soviéticos alvejados como ameaça racial e política

Após a invasão da União Soviética pelos alemães em junho de 1941, muitos soldados soviéticos foram capturados e vistos como eslavos “subumanos” e parte da ameaça “judaico-bolchevique”.


O número de prisioneiros de guerra soviéticos mortos atingiu um total de 3,5 milhões. Esses soldados morreram por execuções, doenças, fome, agressão física e maus-tratos. Os alemães violaram a Convenção de Genebra e todos os padrões de guerra. Por considerá-los raciais iguais, a maioria dos prisioneiros de guerra americanos e britânicos sobreviveram ao cativeiro nazista.


Prisioneiros políticos e outros de campos de concentração nazistas

Os primeiros prisioneiros a serem levados para os campos de concentração nazistas foram os opositores políticos na Alemanha. Esse grupo de prisioneiros incluía ativistas antinazistas, membros de grupos de resistência europeus, pessoas suspeitas de sentimentos antinazistas, que criticavam ou zombavam em particular do regime nazista. Não se sabe ao certo o número de mulheres e homens que viraram presos políticos e morreram nos campos nazistas.


Em 1933, na Alemanha, havia cerca de 20.000 Testemunhas de Jeová. Seguindo as restrições de sua fé, esses religiosos se recusaram a jurar fidelidade a qualquer governo do mundo e não pegariam em armas por nenhuma nação. Essa organização e suas convicções era vista como uma ameaça as demandas nazistas de lealdade total a Hitler e ao estado alemão. Estima-se que 1.900 Testemunhas de Jeová tenham morrido nos campos, e a maioria das vítimas era homens de nacionalidade alemã.

Para os nazistas, os homossexuais eram um perigo para as políticas nazistas que visavam aumentar a taxa de natalidade alemã. Cerca de 100.000 homens foram presos na Alemanha segundo o parágrafo 175 do Código Penal Alemão. Dos 50.000 que foram condenados, 5.000 a 15.000 foram levados para campos de concentração, e milhares morreram devido ao tratamento severo.


Os considerados “associais” pelos nazistas incluíam desempregados e sem-teto, aposentados, prostitutas, mendigos, alcoólatras e viciados em drogas.



Fonte: Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, Washington, DC

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