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Pesquisadores produzem DNA mais antigo já sequenciado

Atualizado: 16 de dez. de 2022

Notícia


Pesquisadores produzem DNA mais antigo já sequenciado

Uma análise do material genético de mamutes siberianos extintos que vagaram pela terra há cerca de 1,2 milhão de anos, identificou o DNA mais antigo já sequenciado. Esse estudo leva o DNA antigo para mais perto de seu limite teórico – e revela uma nova linhagem de mamute.


O paleogeneticista Ludovic Orlando, da Universidade Paul Sabatier, revela está esperando desde 2013 para que o recorde mundial de genoma mais antigo fosse quebrado (Ludovic faz parte da equipe que já detinha o recorde de DNA mais antigo sequenciado, de um cavalo de 750.000 anos).


Em 1970, um tesouro foi descoberto na Sibéria pelo paleontólogo Andrei Sher, que encontrou restos mortais congelados, incluindo três mamutes. Ao analisar os materiais magnéticos das rochas e nos tipos de roedores encontrados próximos deles, os cientistas estimaram que os mamutes viveram há 1,2 milhão, 1 milhão, e 700.000 anos, respectivamente.


Esse novo estudo se concentrou em retirar amostras de DNA do molar de cada mamute encontrado. A dificuldade para os pesquisadores é a degradação do DNA em bilhões de sequências curtas e fragmentadas. “Quanto mais peças do quebra-cabeça você tiver, mais difícil será reconstruí-lo inteiro”, diz o coautor Tom van der Valk.


Como referência para juntar as peças, os cientistas utilizaram os genomas sequenciados de elefantes e de restos de mamutes mais jovens. O coautor do estudo, Love Dalén, explica que “era como olhar para a imagem na caixa do quebra-cabeça”. Dalén é geneticista evolucionista do Centro de Paleogenética em Estocolmo. Após traçar as relações entre os mamutes mais velhos e os elefantes, os pesquisadores estimaram quanto tempo levaria para seus genes divergirem, e as datas corresponderam às fornecidas pelos métodos anteriores.


Um dos mais antigos mamutes lanudos conhecidos, é o mais jovem dos três encontrados com cerca de 700.000 anos. Eles se espalharam pelo hemisfério norte por centenas de milhares de anos e a grande maioria morreu há 10.500 anos, no final da última era glacial, quando houve um grande aquecimento do clima.


Com data estimada em 1 milhão de anos, o segundo mamute era da savana, o ancestral direto dos mamutes lanudos.


Com cerca de 1,2 milhão de anos, o terceiro e mais antigo espécime pertence a uma linhagem até então desconhecida pelos cientistas que a chamaram de Krestovka em homenagem a uma aldeia próxima de onde o mamute foi encontrado. Ao analisar diversos genes, os pesquisadores descobriram que ele já possuía muitas das adaptações ao frio extremo dos mamutes lanudos posteriores. A descoberta mostrou ainda que os mamutes colombianos da América do Norte, que tiveram sua extinção há 13.000 anos, partilhavam cerca de metade de seus genes com a nova linhagem do mamute lanudos. Há a suspeita de que os mamutes Krestovk tenha se hibridizado com mamutes lanudos por volta de 500.000 anos atrás, produzindo as diferentes subespécies do continente.


“É um estudo empolgante que revela [que o DNA pode sobreviver] além do que muitos na área teriam previsto ser o limite máximo há apenas uma década”, explica o geneticista e especialista em DNA antigo Eske Willerslev da Universidade de Cambridge, que não está envolvido com o estudo.


O biólogo da Universidade de Buffalo, Vincent Lynch, faz um alerta: “eles eram uma população extremamente comum e espalhada que foi extinta muito rapidamente... devido às mudanças climáticas. Deve haver uma lição para nós nisso.” O estudo acrescenta ao que os cientistas sabem sobre mamutes, compreendendo as origens dos mamutes colombianos.



Fonte: Science

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