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Teste de campo da equipe conjunta de testes EVA (JETT). Flagstaff, Arizona. Imagem NASA.
Astronautas da NASA usaram trajes espaciais em uma paisagem coberta por rochas de lava para testar as ferramentas e métodos necessários para as missões lunares reais. O astronauta Drew Feustel e sua colega, a geobióloga Zena Cardman receberam a missão de coletar amostras de rochas próximo da Cratera SP no Arizona. A cratera é um cone de cinzas de 250 metros de altura formado durante a erupção vulcânica há milênios.
Cardman e Feustel seguiram em uma jornada noturna preparada pela NASA, com luz do sol artificial projetada por um cientista. Ao entrarem em pequenos vales, os astronautas saíram do brilho – visando recriar a iluminação no polo sul lunar –, e não puderam enxergar mais que 9 metros. A dupla examinou as rochas sob a luz em seus trajes espaciais, e tentaram se orientar usando mapas de baixa resolução da área, simulando imagens de satélites na lua. Durante o treinamento, nenhum GPS ou orientação da bússola foi permitido. Afinal, nenhum dos dois equipamentos funcionam na lua.
Equipe de teste conjunta de EVA (JETT). Esquerda: Geocientista de formação, a astronauta Zena Cardman. Dereita: Drew Feustel, membro da tripulação do JETT3. Imagem NASA.
Astronautas da NASA usaram trajes espaciais em uma paisagem coberta por rochas de lava para testar as ferramentas e métodos necessários para as missões lunares reais. O astronauta Drew Feustel e sua colega, a geobióloga Zena Cardman receberam a missão de coletar amostras de rochas próximo da Cratera SP no Arizona. A cratera é um cone de cinzas de 250 metros de altura formado durante a erupção vulcânica há milênios.
Cardman e Feustel seguiram em uma jornada noturna preparada pela NASA, com luz do sol artificial projetada por um cientista. Ao entrarem em pequenos vales, os astronautas saíram do brilho – visando recriar a iluminação no polo sul lunar –, e não puderam enxergar mais que 9 metros. A dupla examinou as rochas sob a luz em seus trajes espaciais, e tentaram se orientar usando mapas de baixa resolução da área, simulando imagens de satélites na lua. Durante o treinamento, nenhum GPS ou orientação da bússola foi permitido. Afinal, nenhum dos dois equipamentos funcionam na lua.
Segundo os astronautas, a simulação de caminhada na lua foi “desafiador e desorientador”, mas eles não estavam sozinhos. Eles foram acompanhados por uma equipe de pesquisadores e o pessoal de operações de voo no Johnson Space Center da NASA em Houston, Texas, que examinaram mapas da cratera e o progresso dos astronautas.
“Na verdade, foi extremamente difícil”, diz Cardman ao National Geographic. “O controle da missão está nos dizendo: temos certeza de que você verá uma colina à sua frente e o vale se abrirá novamente. E nós pensamos: Talvez! Continuamos?... É em 6 metros ou 800 metros?”
Equipe de Teste do Programa Conjunto de Atividade Extraveicular e Mobilidade de Superfície Humana (JETT). NASA.
Este passeio lunar simulado foi a última missão da NASA, conhecida como Joint EVA Test Team 3 (JETT3), no programa da agência chamado Artemis, que visa levar pessoas novamente a lua em 2025. A NASA explica que o principal objetivo do JETT3 não é treinar os astronautas, e sim, testar todo o resto.
O astronauta da NASA, Stan Love, explica que o trabalho principal destas missões simuladas é “desenvolver e testar novos hardware e novas maneiras de fazer as coisas em um ambiente realmente barato e seguro em comparação com o espaço”.
A NASA possuiu várias instalações construídas em todo o mundo, designadas para diferentes tipos de testes. Um exemplo disse é a gigantesca piscina Neutral Buoyancy Lab, no Johnson Space Center, que possibilita caminhadas espaciais completas debaixo d’água em trajes pressurizados. Outro exemplo é a instalação ARGOS que usa cabos de aço e motores que permitem aos astronautas se movimentarem como se estivessem na gravidade da lua ou Marte.
Para o programa Artemis, a NASA reativou suas missões analógicas em grande escala. “Já fizemos isso antes, mas já faz uma década”, diz Sarah Noble, líder em ciências lunares na divisão de ciências planetárias da NASA, que fez parte do JETT3.
Artemis vai requerer um novo tipo de exploração, uma com a ciência como prioridade. Os participantes do JETT3 explicam que os astronautas que participaram da Apollo receberam treinamento extensivo em geologia de campo, mas os pesquisadores na Terra foram “basicamente impedidos de se comunicar com seus representantes na superfície lunar”, diz Love. O principal objetivo da Apollo era chegar à lua antes dos soviéticos. Assim, a prioridade da NASA foi focar nos procedimentos de voo da arriscada missão.
Na Estação Espacial Internacional há essa comunicação entre astronautas – que realizam experimentos rotineiros –, e a equipe de operações de voo, mas todas esse vaivém científico acontece no laboratório que orbita a apenas 400 quilômetros acima da superfície da Terra. No entanto, as equipes da Artemis estarão a mais de 362 mil quilômetros de distância quando realizarem os primeiros passeios lunares.
Segundo a NASA, para a missão Artemis III, o primeiro pouso lunar tripulado do programa, espera-se que cada EVA dure entre quatro e oito horas. A equipe do JETT3 descobriu falhas que poderiam desperdiçar um tempo precioso durante a caminhada na lua.
Enquanto o programa Artemis é preparado, a NASA prepara também tecnologias – com parceiros internacionais – que podem permitir uma nova forma de exploração. Em 2020, a Toyota anunciou uma parceria com a Agência Espacial do Japão para construir um veículo lunar tripulado.
Em outubro de 2022, uma equipe de astronautas japoneses e Jessica Meir, astronauta da NASA, participaram de uma missão analógica chamada Desert Research and Technology Studies (Desert RATS). Os astronautas ficaram por cerca de uma semana em grupos de dois em um rover de teste da NASA, dirigindo em torno de Black Point Lava Flow próximo da cratera SP.
Estes testes fornecem informações precisas sobre as necessidades dos astronautas, desde melhores câmeras de navegação até um banheiro melhor do que o modelo atual. “O banheiro se resume a uma série de sacolas plásticas multicamadas”, diz Love.
Fonte: National Geographic e NASA