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Maria de Guise

Atualizado: 25 de out. de 2023

Reis e Rainhas


Retrato de Maria de Guise - História em Destaque

Retrato de Maria de Guise - 1537 (Domínio Público).


Casa De Guise (França)


Marie de Guise (conhecida também como Marie de Lorraine, 1515 – 1560, latinizada como Maria de Guise) era uma francesa que se casou com James V da Escócia (r. 1513 – 1542). Após a morte de seu marido, sua filha tornou-se rainha como Mary, Rainha da Escócia, mas como ela era muito jovem para reinar, Maria de Guise assumiu como regente de sua filha de 1554 – 1560. Maria de Guise era uma católica convicta e defensora dos interesses franceses na Grã-Bretanha. Seu neto, James I da Inglaterra, unificou os tronos da Escócia e da Inglaterra a partir de 1603 d.C.


Vida pregressa

Maria de Guise era de uma poderosa família da França e tradicionalmente católica. Ela nasceu em 22 de novembro de 1515 d.C. em Bar-le-Duc, Lorraine, França. Maria era a filha mais velha de Claude, duque de Guise, e de Antonieta de Bourbon. Maria de Guise é descrita com uma altura incomum, cabelos ruivos e de boa aparência. Seu emblema era a fênix, uma indicação de seu caráter forte e audacioso.



Maria casou-se com Luís II d’Orléans, duque de Longueville, em agosto de 1534, o casal tive dois filhos, Francisco e Luís. Após a morte de seu marido em junho de 1537, Maria, com apenas 21 anos, seria uma possibilidade de selar a aliança entre o reino da França (governado por Francisco I da França) e o reino da Escócia. Outra possibilidade seria o rei Henry VIII da Inglaterra (latinizado como Henrique VIII da Inglaterra, r. 1509 – 1547), mas o histórico de casamentos desse monarca não inspirava confiança em Maria.


Então, em 12 de junho de 1538, Maria de Guise se tornou rainha consorte do rei James V da Escócia. Anteriormente, James V da Escócia havia se casado com Madeleine de Valois (1521 – 1537), filha de Francisco I da França, mas ela morreu de tuberculose em julho de 1537, seis meses após o casamento. Maria era prima de James através da linhagem Gueldres, mas esse não foi o detalhe mais importante, e sim, o enorme dote que ela carregava. A fama do rei James era de um homem que tinha várias amantes e pai de ao menos nove filhos ilegítimos, mas ele precisava de um herdeiro legítimo. A necessidade era tanta que maria não foi coroada até que ela estivesse realmente grávida. Maria de Guise teve dois filhos homens que morreram em 1541, mas em 8 de dezembro 1542, nasceu sua filha, Mary Stuart, no palácio Linlithgow, Lothian.



O rei James V fez um reinado impopular devido aos seus elevados impostos, altos gastos em enormes reformas em seus castelos e suas relações estreitas com a França para o seu conforto. Outro importante ponto para a sua impopularidade foi a sua posição contrária aos protestantes luteranos, influenciado por sua esposa Maria de Guise.


Vítima de uma persistente febre, o rei James veio a falecer em 14 de dezembro de 1542, após uma derrota para o exército inglês na Batalha de Solway Moss. Sem filho homem para herdar o trono, sua filha Mary Stuart assumiu o reino com apenas seis dias de nascida, passando a ser conhecida como Mary I da Escócia. Em 1543, ela foi coroada no Castelo de Stirling, e seu regente escolhido pelo Parlamento Escocês foi James Hamilton, Conde de Arran, bisneto de James II da Escócia (r. 1437 – 1460). A partir de 1554, a regência de Maria passou a ser de sua mãe, Maria de Guise e seu leal aliado, James Hepburn, conde de Bothwell.


A Regência: guerra com a Inglaterra

Igual a seus antecessores, Henry VIII, almejava controlar a Escócia, e para isso tinha um plano inicial de casar seu filho Edward, o Príncipe de Gales, com a jovem rainha Mary I da Escócia. O rei Henry precisaria enfrentar a recusa do parlamento escocês que não estava disposto a renunciar sua independência. Maria de Guise não foi contra a ideia, mas o povo escocês e o Parlamento rejeitaram a oferta. Henry persistiu em seus planos com o chamado 'Rough Wooing' de 1544 a 1545 d.C., quando as Terras Baixas da Escócia foram devastadas por intensas guerras. Essas guerras Anglo-Escocesas só serviram para endurecer ainda mais a determinação escocesa. Em 1545, os escoceses foram vitoriosos contras o exército inglês na Batalha de Ancrum.



Em 1548 d.C., Mary I da Escócia foi enviada a França para ser educada na corte de Henrique II da França (r. 1547 – 1549 d.C.). O casamento de Mary, rainha dos escoceses com o futuro rei Francisco II da França (r. 1559 – 1560 d.C.), foi estabelecido com a assinatura do Tratado de Haddington, realizado em abril de 1558, tornando Mary Stuart, rainha da França e da Escócia.


Deposta como regente

Enquanto isso na Inglaterra, Elizabeth I da Inglaterra havia iniciado seu reinado em 1558. Ela ajudou a desestabilizar o trono, enviando suporte para os Senhores Protestantes da Congregação na Escócia, o que levou Maria de Guise a ser deposta como regente em 1559.


Muitos acreditam que Maria de Guise foi deposta da posição de regente por seu grande apoio ao catolicismo e de seus laços com a França. Muitos nobres escoceses não viam essa política com bons olhos. Outro fato importante foi o ressentimento dos nobres nacionalistas escoceses com relação ao grande número de funcionários franceses na corte real e a anexação do Ducado da Bretanha pela Coroa francesa em 1532. Em 1559, o ministro calvinista John Knox, que era um oponente feroz das mulheres como governantes, prometeu a maria que qualquer ameaça aos protestantes na Escócia os obrigaria “a tomar a espada da justa defesa” (Brigden, 218). A sua posição contra as mulheres no poder não era muito útil para a sua causa, considerando que seu principal aliado contra o catolicismo era a rainha Elizabeth I da Inglaterra.



Na Europa havia um extenso jogo dos tronos que tornou a Escócia um peão em meio as disputas. Com a ajuda militar francesa, Maria assumiu o controle do Castelo de Edimburgo, mas a rainha Elizabeth I respondeu enviando uma frota inglesa para bloquear a costa leste e um exército por terra para sitiar Leith em abril de 1560.


Morte

As tropas leais a Maria de Guise resistiram ao ataque inglês em Leith, mas ela veio a falecer de doença – provavelmente hidropisia – no Castelo de Edimburgo em 11 de junho de 1560. Logo após sua morte, o Tratado de Edimburgo foi assinado, impondo a remoção de todas as forças francesas na Escócia. Em seguida, um Conselho de Regência foi constituído para governar o reino escocês.


Após a morte de Maria de Guise, sua filha, a rainha Mary I da Escócia, tentou retomar à Escócia e reivindicar seu direito ao trono escocês, mas sua popularidade estava em baixa. Ela também tentou retirar sua prima, a rainha Elizabeth I, do trono inglês, mas a tentativa falhou e Mary I teve que fugir da Escócia em 1568, mas acabou sendo presa e executada em 1587.


Bibliografia


TIMES, Tudor. Marie of Guise: Regent of Scotland . Tudor Times Ltd, 2015.

Morrill, John. The Oxford Illustrated History of Tudor & Stuart Britain . Oxford University Press, 1996.

Cartwright, Mark. "Mary of Guise". World World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 22 de abril de 2021. Web. 03 de maio de 2021.

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