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Lince negro canadense é registrado pela primeira vez

Atualizado: 2 de fev. de 2023

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Lince negro do Canadá - História em Destaque

Fotografia extraída do vídeo mostra claramente o lince melanístico.


Uma condição chamada melanismo foi observada em cerca de um terço dos felinos de pelo escuro, mas não anteriormente nesta espécie. Pela primeira vez, pesquisadores registraram a existência de um lince do Canadá todo preto. No final de agosto de 2020, uma moradora de Yukon, no Canadá, capturou a estranha criatura na câmera de seu celular vagando por seu quintal.


Esse vídeo se tornou público em outubro como objeto de um estudo publicado na revista Mammalia. Os felinos têm uma condição conhecida como melanismo, que é uma mutação genética que causa níveis anormais de melanina, um pigmento escuro, produzido na pele e no pelo do animal.


Vídeo capturado por uma moradora de Yukon, no Canadá, em 2020.


A variação na cor da pelagem no gênero Lynx tende a ser estável, com pouca variação dentro das espécies em comparação com outros felinos. O indivíduo filmado tinha pelagem preta contendo pelos protetores cinza esbranquiçados por toda parte, assim como, pelos esbranquiçados na juba e nas regiões dorsais.



Tais aberrações são raras em espécies onde a cor é estável, o que provavelmente é mal-adaptativo. Entre os carnívoros, o polimorfismo da cor da pelagem acontece em várias espécies, como, por exemplo, os ursos negros (Ursus americanos) e lobos (Canis lúpus), que geralmente exibem extensa variação na cor da pelagem, tornando os polimorfismos localmente adaptativos.


Nos Felidae, acredita-se que o corra uma mutação que reduz a função no gene da proteína de sinalização (ASIP) ou, um aumento na função do gene do receptor de melanocortina-1 (MC1R).


Embora esta condição tenha sido registrada em grande parte de todas as espécies de felinos, nunca havia sido observada em linces do Canadá antes deste registro. O melanismo foi observado em linces na Flórida e em outros poucos lugares.



A espécie de lince canadense é tipicamente de cor marrom-avermelhada no verão, mas com a chegada do inverno, sua pelagem fica cinza prateada. Essas tonalidades os ajuda a ficar camuflados nas florestas do norte e facilita a caça de animais como lebres na neve, sua principal presa.


Para o ecologista Stan Boutin, da Universidade de Alberta, o melanismo é desadaptativo ou inútil no lince canadense. Isso tornaria difícil sua camuflagem na neve, onde esses animais passam grande parte de suas vidas caçando.


Entretanto, o animal filmado parecia ser um adulto saudável, a julgar pelas imagens. “Ser preto é certamente uma desvantagem no inverno, então este lince se saiu muito bem”, acrescenta Darcy Doran-Myers, biólogo do Florida Fish and Wildlife Research Institute.



Felinos pretos, raros e outros

Os especialistas não sabem ao certo a mutação exata que causa o melanismo nos linces do Canadá (Lynx canadenses). Essa condição, encontrada em outras espécies, ocorre graças há uma variedade de mecanismos genéticos que estimulam o excesso de melanina.


Pesquisas mostram que em alguns felinos, como onças, esse tipo de pelagem não é incomum – cerca de 10% desses grandes felinos são melanísticos e, em áreas de densas florestas, esse percentual pode chegar até 30% ou mais. Para uma onça com melanismo ainda é fácil se misturar ao ambiente de selva sombria. O melanismo também não é raro em leopardos e alguns outros felinos.



O termo “pantera negra”, popularmente usado, é uma expressão abrangente que se refere a qualquer grande felino com pelagem preta. No entanto, nenhum puma ou leões da montanha melanístico – às vezes chamados de panteras – tenha sido registrado.


Os pesquisadores estão considerando a possibilidade de que a diminuição da neve está criando ambientes mais escuros em seu habitat na região do Canadá, aumentando as chances de um lince de cor preta sobreviver.


Fonte (s): National Geographic e De Gruyter

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