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Incensário maia em forma de rei sentado. (Domínio Público).
Este magnífico incensário retrata a figura de um governante maia usando um cocar e joias. Ele está sentado com as pernas cruzadas no topo de uma cúpula e segurando apetrechos ritualísticos, incluindo uma placa que possivelmente representa um espelho. A figura maia está decorada com contas de jade que ornamentam os bíceps, tornozelos, narinas e ombros. Abaixo da figura fica a câmara principal do queimador de incenso contendo uma série de motivos de feixes que foram esculpidos e pintados, um medalhão de contas, um nó, presas caninas, e possivelmente um dente de tubarão.
Há pelo menos quatro outros incensários maias do Clássico Antigo (cerca de 250 – 550 d.C.), contendo um texto em hieróglifo no medalhão na frente do cocar. Se existiu, tal nome está faltando no exemplo atual. É importante ressaltar que os cocares variam entre as figuras, sugerindo um grupo de diferentes governantes, ou talvez um único governante personificando diversas divindades.
Logo acima da testa do indivíduo é possível observar grandes olhos em espiral sublinhados por motivos de contas. Uma faixa contorna o rosto do governante e se prende abaixo do queixo, possivelmente uma representação das mandíbulas da divindade. Assim, o rosto da figura emerge da boca do sobrenatural. Cruzando entre o plano real e o mítico estão os grandes enfeites de orelha; a plateia os vê como usados simultaneamente pela divindade e pelo governante.
Os rituais maias antigos usavam como principal componente o incenso de resinas de árvores, principalmente do copal (Protium copal). As famílias reais e praticantes de rituais realizavam oferendas de incenso como uma forma de se comunicar com os ancestrais e as divindades no reino do sobrenatural. A fumaça do incenso foi representada por artistas maias em esculturas e pinturas monumentais. Os povos maias acreditavam que as nuvens de fumaça eram veículos de comunicação entre os vivos e os ancestrais mortos. Esse incensário pode representar ancestrais dos governantes que queimavam incenso, ou pode ter sido usado para venerar um governante após a sua morte.
Fonte: The Metropolitan Museum of Art
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