top of page

Habitação asteca de 800 anos descoberta na Cidade do México ajuda a contar a história da conquista espanhola no México

Atualizado: 20 de fev.

Matéria


Habitação asteca de 800 anos descoberta na Cidade do México ajuda a contar a história da conquista espanhola no México - História em Destaque

Restos de uma habitação asteca na Cidade do México. Imagem de INAH.


A descoberta ocorreu em 2022, por acidente. Ao iniciar mais um dia comum de trabalho em um projeto de modernização de uma subestação elétrica, os trabalhadores no centro da Cidade do México se depararam com algo que parecia fora do lugar.



Os trabalhadores encontraram os restos de uma habitação de quase 800 anos, época em que o Império Asteca se expandia em grande parte do norte da Mesoamérica.


Os especialistas acreditam que esta estrutura tenha sido usada pela primeira vez já no final do período pós-clássico, compreendendo cerca de 1200 a 1500 d.C., segundo uma declaração do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) na época.


Segundo a publicação da Smithsonian Magazine, “A localização da casa em si é única, pois faz fronteira com dois bairros não muito longe de Tenochtitlan, que se tornou a capital asteca por volta de 1325 d.C.” A habitação é ampla: os restos se estendem por mais de 400 metros quadrados.



De acordo com pesquisadores, a descoberta mostra que a área era um importante local para trabalhar com a técnica agrícola chinampas da época, além de um local para morar. Esse sistema usado pelos astecas dependia de “jardins flutuantes”. Os arqueólogos encontram no local um píer com vigas de madeira que se estendem por até 40 metros e canais interligados, demonstrando como teria funcionado como parte de um todo maior.


Atualmente, alguns habitantes da Cidade do México usam este sistema agrícola. “A tática que permitiu aos astecas reivindicar terras férteis das zonas úmidas da região, é agora utilizada por agricultores orgânicos”, relatou Megan Zhang da Conde Nast Traveler.



O educador ambiental Francisco “Paco” Juárez disse a Smithsonian Magazine na época que a população está se “aproximando de suas raízes pré-hispânicas”. Ainda segundo Juárez, as pessoas “estão descobrindo que as chinampas são um tesouro nacional”.


Os arqueólogos encontraram sob o grosso piso de adobe da casa, sinais de vida e morte de uma antiga família; vasos funerários com restos mortais de crianças, alguns túmulos com oferendas, incluindo queimadores de incenso.


No mesmo local, eles encontraram uma escultura de pedra de um homem vestindo uma tanga e se preparando para atirar alguma coisa. O artefato com quase sessenta centímetros de altura está provavelmente inacabado, e pode lançar luz sobre a história posterior da habitação. Alguns estudiosos acreditam que a escultura possa ter sido escondida na época da invasão espanhola, em 1521 d.C.



As descobertas sugerem que a habitação passou a ter uma história moderna após a ocupação espanhola. As evidências sugerem que ela pode ter se tornado uma oficina de selas e cerâmicas nos séculos XVI e XVII.


Foram encontrados, também, restos de pisos de banheiro e de um sistema de drenagem, sugerindo que durante o século XIX, a elite local reaproveitou a área como local de banhos públicos. Os pesquisadores veem uma ligação entre as descobertas e os escritos do médico e historiador mexicano do século XIX, José María Marroquí. Ele escreveu sobre os chamados banhos “Las Delicias”, que recebeu esse nome devido à localização na rua “Delicias” da Cidade do México.



A Cidade do México é um local propício para descobertas arqueológicas acidentais da civilização Asteca. Em 2017, após o início as obras de restauração de uma histórica casa de penhores, foi encontrado um palácio asteca inteiro e uma casa erguida pelo explorador espanhol Hernán Cortés.



Fonte: Smithsonian Magazine

bottom of page