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Ditadura chinesa aumenta as restrições a viagens ao exterior de funcionários públicos

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Ditadura chinesa aumenta as restrições a viagens ao exterior - História em Destaque

Ilustração da bandeira da China. Copyright.


Ditadura chinesa está intensificando as restrições e as tornando mais rígidas contra funcionários públicos chineses e funcionários de empresas ligadas ao Estado. A agência Reuters publicou nesta terça-feira (17) uma matéria revelando como a China está restringindo às viagens ao exterior e ao escrutínio das conexões estrangeiras de seus funcionários, enquanto Pequim trava uma campanha contra a influência estrangeira.



A Reuters ouviu dez pessoas (entre funcionários e ex-funcionários) que disseram que a China ampliou as restrições desde 2021, incluindo entre as proibições: viagens ao exterior, limites mais rígidos na duração das viagens, treinamento de confidencialidade e processos de aprovação custosos. Os funcionários ressaltaram que as medidas não tinham relação com a pandemia de COVID-19.


Segundo a Reuters, os relatos foram variados, mas eram consistentes ao descreverem o escrutínio intenso das viagens ao exterior. Entre as pessoas ouvidas, as que trabalharam como funcionários públicos falaram sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto. Eles temem por sua segurança e até mesmo por suas vidas e as de seus familiares.


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Nos últimos dois anos, cerca de dez entidades governamentais divulgaram anúncios que advertiam para um reforço nas regras em torno das viagens pessoais dos trabalhadores para fora da China.


Documentos individuais mostram que as autoridades centrais e locais da ditadura chinesa tem mapeado os laços pessoais e familiares dos funcionários ligados ao governo e ao Estado com outros países.



Segundo especialistas, essas ações refletem o foco do ditador Xi Jinping na segurança da China em meio a relações tensas com o Ocidente. De acordo com a Reuters “Nos últimos meses, a China incentivou os cidadãos a participarem em atividades antiespionagem e introduziu novas leis que alargaram a definição de espionagem”.


“Pequim está cada vez mais paranoica em relação à ameaça de espionagem por parte dos países ocidentais, e impedir que funcionários do governo viajem para o exterior poderia ser uma forma de reduzir as oportunidades de espionagem por parte de potências estrangeiras”, disse Neil Thomas, pesquisador de política chinesa no Asia Society Policy Institute’s, a Reuters.



A Reuters afirma que enviou perguntas sobre as restrições às viagens dos funcionários públicos chineses, mas não obteve resposta, nem do Gabinete de Informação do Conselho de Estado, nem das entidades do Partido Comunista descritas no relatório.


As restrições às viagens já atingiam funcionários do alto escalão governamental e executivos estatais com acesso a informações confidenciais. Agora, elas estão sendo ampliadas para os funcionários públicos da China – que somavam 7 milhões, segundo dados mais recentes de 2015 – e nos 70 milhões de trabalhadores de empresas estatais.


Os funcionários do China Construiction Bank (banco estatal) em Pequim e Xangai tem permissão para viajar para o exterior por motivos pessoais apenas uma vez por ano e com duração de 12 dias, segundo relatou dois bancários, um deles com quase duas décadas de serviço.


As novas restrições atingiram também alguns professores de escolas públicas, segundo o relato de um professor na província de Zhejiang, no sudeste.



Este ano, os funcionários de uma filial do China Construction Bank, foram proibidos de viajar para o exterior. Essas novas medidas foram estendidas para novas contratações em Hong King e Singapura.


Uma subsidiária do Gabinete Municipal de Eco ambiente publicou novas regras em um website oficial em setembro de 2022, enfatizando que os funcionários podem viajar para o exterior apenas uma vez por ano e por um período de no máximo um mês.


Segundo especialistas, a ditadura chinesa está preocupada com as observações que essas pessoas podem fazer foram da China. Essa exposição a novas informações poderia influenciar o pensamento e a consciência dessas autoridades. “Essas pessoas poderiam começar a questionar o sistema de gestão do Partido Comunista e a perguntar-se por que é assim”, disse Wang Zhi’na, ex-funcionário da televisão estatal chinesa, que trabalha atualmente no Japão.


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Segundo a publicação da Reuters, a ditadura chinesa também está investigando os laços pessoais com o exterior de pessoas que discutiram restrições às viagens e outros trabalhadores de empresas estatais que conheciam o assunto.


No ano passado, estas pessoas relataram ter recebido questionários de organismos como a Liga da Juventude Comunista, do Comitê Consultivo Político do Povo Chinês (CCPPC) e de seus respectivos empregadores.


Entre as informações exigidas estavam as informações sobre familiares com nacionalidade estrangeira ou residência permanente no estrangeiro, detalhes de assistência ou experiência estrangeira. As pessoas relataram que foi a primeira vez que receberam esses tipos de pedidos.



A Reuters afirma que teve acesso a um dos questionários, “mas não conseguiu estabelecer completamente como as autoridades usaram os dados”.


As novas restrições surgem no momento em que a ditadura chinesa intensifica as mensagens públicas sobre a influência estrangeira. Recentemente, o Ministério da Segurança do Estado afirmou em sua conta no WeChat que identificou um cidadão chinês na Itália suspeito de ser um espião da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), e alertou seus cidadãos para o potencial recrutamento no estrangeiro.


"Quanto menos as autoridades chinesas vão para o estrangeiro, menos são capazes de aprender com as coisas boas que os governos estrangeiros estão a fazer, menos estão familiarizados com as sociedades estrangeiras e menos compreendem como a China é verdadeiramente vista no mundo", disse Thomas.



Fonte: Reuters


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