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Caverna na Sibéria abrigava Neandertais, Denisovanos e humanos modernos ao mesmo tempo


Caverna Denisova na Sibéria - História em Destaque

Caverna Denisova na Sibéria. Imagem: RICHARD G. ROBERTS/ Divulgação.


Uma análise detalhada de DNA na caverna Denisova na Sibéria revelou que, além de ter abrigado um grupo até então desconhecido de humanos extintos, também hospedou humanos modernos – que viveram ao lado de Denisovanos e neandertais. Há dez anos, antropólogos descobriram nessa mesma caverna um osso do dedo mínimo de um grupo de humanos extintos denominado “Denisovano”. Esse novo estudo apresenta aos cientistas uma visão do passado e confirma o que antes era só uma hipótese.

A caverna Denisova foi ocupada por Neandertais e Denisovanos por pelo menos 300.000 anos. Na caverna foram encontrados artefatos como ferramentas de pedra e joias, além de fósseis humanos de três Neandertais e de uma criança de pais Neandertal e Denisova. Os artefatos e estudos consolidaram a importância da caverna para reconstruir a evolução humana.



Os dados evidenciam que os Denisovanos foram os primeiros humanos há habitar a caverna Denisova, por volta de 300.000 anos atrás. Esse grupo de Denisovanos desapareceram cerca de 130.000 anos atrás, e sucedidos por outros Denisovanos que, provavelmente, fizeram muitas das ferramentas de pedra. A caverna também foi ocupada por Neandertais por volta de 170.000 anos, com vários grupos usando a caverna em diferentes momentos, alguns coincidindo com os Denisovanos. Os humanos modernos foram os últimos a chegar, surgindo há cerca de 45.000 anos. Para a pesquisadora Zavala, “os períodos de cada camada são muito grandes, então não podemos dizer concretamente se eles se sobrepuseram ou não”. Douka acrescenta: “Não consigo pensar em outro local onde três espécies humanas tenham convivido no tempo”.



Os pesquisadores suspeitavam que os humanos modernos haviam estado na caverna, mas o que ninguém sabia era que eles haviam chegado há 45.000 anos e coincidiam com nossos primos antigos. “Isso sugere uma interação mais complicada entre humanos arcaicos e modernos”, diz Ron Pinhasi, um antropólogo evolucionista da Universidade de Viena que não esteve envolvido com o trabalho. As amostras de solo também revelaram que, há 170.000 anos, o clima começou a esfriar e os Neandertais se mudaram, assim como diversas espécies de hienas e ursos.


Amostras de solo combinados com dados de genoma dos fósseis faz esse novo estudo um destaque muito promissor para trabalhos futuros. Até 2010, não existia nenhuma evidência da existência dos Denisovanos, muito menos que haviam se cruzado por várias vezes e coexistiram por milênios.


Fonte: Science


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