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Castelo de Edimburgo

Atualizado: 9 de out.


Castelo de Edimburgo - História em Destaque

O imponente Castelo de Edimburgo está localizado no topo de Castle Rock, e ao longo do tempo serviu como fortaleza, residência real, sede do governo, local de arsenal e prisão. Esse castelo é um símbolo da história escocesa e palco de incontáveis cercos, nascimentos e mortes reais, intrigas e assassinatos. O Castelo de Edimburgo foi listado pela UNESCO como Patrimônio Mundial, e está atualmente aberto ao público.


História antiga

O castelo fica no alto de um afloramento rochoso com penhascos íngremes em três lados. Vários arqueólogos afirmam que a ocupação do local remonta à Idade do Bronze, e pesquisas arqueológicas revelaram que o topo da falésia foi nivelado artificialmente em 900 a.C. O local abrigou um forte nos séculos I e II d.C., esse forte foi provavelmente a capital da tribo Votadini. Essa estrutura era feita de madeira e terraplanagem, com uma entrada protegida por duas enormes valas. Artefatos como joias importadas encontrados no local evidenciam que os Votadinis realizavam trocas com os romanos no sul e no centro da Grã-Bretanha.



Apenas no início do século VII d.C., o castelo aparece pela primeira vez na literatura em coleções de versos poéticos em Gododdin. A fortificação foi construída pela tribo de mesmo nome que controlava partes do sul da Escócia e norte da Inglaterra. O forte era chamado de Din Eidyn, nome mais tarde anglicizado para Edimburgo, logo após a conquista de Gododdin pelos Anglos. Infelizmente, nada restou da antiga fortaleza, a não ser, uma pequena quantidade de relíquias pertencentes aos seus moradores.


O castelo medieval

A rainha Margarida da Escócia (hoje Santa Margarida da Escócia) foi a segunda esposa de Malcolm III e rainha da Escócia de 1070 até sua morte em 1093. Ela foi a principal figura de propagação do catolicismo em seu reino. Seu filho David I da Escócia (r. 1124 – 1153) construiu uma capela normanda em 1130, no Castelo de Edimburgo, seguindo uma onda de construções na Escócia. Esta capela é hoje a parte original mais antiga do castelo. A aparência majestosa da construção, e uma relativa autossuficiência de água, graças ao poço Fore, mostrou ser uma ilusão quando se tratava de cerco. Em 1174, William I da Escócia, após um bem-sucedido cerco, capturou a fortaleza, mas Edward I da Inglaterra (latinizado como Eduardo I) a recuperou em 1296, com apenas três dias de cerco. Já em 1314, foi a vez do conde Randolph retomar o controle do castelo pertencente aos ingleses durante a batalha, visando firmar Bruce como a casa real da Escócia.


Capela de Santa Margarida da Escócia. World History Encyclopedia. (CC-BY).


Em 1314, Robert the Bruce, para evitar que os ingleses algum dia tentassem capturar a rocha novamente, ordenou a demolição do Castelo de Edimburgo até as suas fundações. De fato, em 1335, uma tropa inglesa capturou a cidade e deram início a reconstrução do castelo, mas uma pequena força liderada por Sir William Douglas se disfarçou de mercadores e retomou o castelo para a Escócia em 1341.


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O filho de Robert the Bruce, David II da Escócia, construiu um novo castelo, acrescentando uma nova e enorme torre, possivelmente inspirado no Castelo de Windsor, na Inglaterra. A torre ficou conhecida como “Torre de David”, e já teve 30 metros de altura, concluída em 1370 d.C. Jaime I da Escócia (r. 1406 – 1437 d.C.), no final de seu reinado, adicionou outra torre logo atrás da Torre de David. A torre continha um grande salão, que protagonizou o chamado “Jantar Negro”, onde a comitiva de James II da Escócia recebeu os dois jovens herdeiros do poderoso clã Douglas. Foi preparado um jantar em que os jovens Douglas foram apresentados com uma cabeça de touro numa travessa, o sinal para que os meninos fossem levados e executados.



Das antigas fortificações medievais não restou muito, a maioria dos edifícios hoje data do reinado de Jaime IV da Escócia (r. 1488 – 1513), por exemplo, a Torre de Davi que desabou durante um cerco, e suas ruínas estão cobertas pela Bateria da Meia Lua. Jaime III da Escócia supervisionou a construção da Praça da Coroa, que ainda sobrevive como um pátio que se tornou o coração dos alojamentos domésticos da realeza no castelo em moldes contemporâneos da Europa.



O castelo da era moderna

O Castelo de Edimburgo foi usado por Jaime IV como residência real, mas seu papel como fortaleza permaneceu, sendo utilizado pelo rei como alojamento para peças de artilharia do reino. Foi anexado o Grande Salão ao castelo, que ficou pronto em 1510, para hospedar o parlamento escocês. Ao longo dos séculos, o salão foi usado para banquetes de estado, quartel militar e depois hospital, já no século XIX. Uma análise provou que o teto é original e data da Idade Média. Ele possui vigas de carvalho que vieram de florestas na Noruega por volta de 1510.


Em 1573, um cerco do exército inglês que durou quatro dias bombardeou com canhões os partidários da deposta Maria, Rainha dos Escoceses (r. 1542 – 1567). Após o cerco, uma bateria foi adicionada (Bateria da Meia Lua) às defesas do castelo no lado leste, composta por um grupo de canhões de bronze conhecidos como as ‘Sete Irmãs’.


Planta do Castelo de Edimburgo. World History Encyclopedia. (CC-BY-SA).


Durante o final do século XVII e início do século XVIII, o Castelo de Edimburgo tornou-se um quartel militar e um campo para prisioneiros de guerra, como na rebelião jacobita (1745 – 1746) e as Guerras Napoleônicas (1803 – 1815). Com o passar dos anos, os prisioneiros variaram entre piratas do Caribe a americanos presos durante a Guerra da Independência (1775 – 1783). Até a Capela de Santa Margarida foi usada para armazenar munição da artilharia.



O castelo hoje

Atualmente o Castelo de Edimburgo recebe mais de um milhão de visitantes anualmente. Ele é a casa do Museu Nacional da Guerra e de três museus regimentais. O castelo foi designado pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 1995.


Construído no estilo georgiano, a Casa do Governador foi concluído em 1742, e hoje abriga o Comando do Exército na Escócia. Em 1799, foi construído o Novo Quartel que hospeda o Museu Regimental da Guarda Dragão Real Escocesa. Finalmente, o cemitério dos cães criado na década de 1840 e reservado os fiéis companheiros e mascotes dos soldados no quartel.


O castelo possui vários objetos históricos, o principal deles é a Pedra do Destino, também conhecida como Pedra de Scone (um bloco de arenito) localizada na Abadia de Scone e associada às coroações dos reis escoceses medievais. Diz a lenda que um rei escocês só governa onde a pedra se localiza. Em um ato de propaganda política, Eduardo I da Inglaterra removeu a pedra da Escócia em 1296, e finalmente em 1996 ela foi devolvida aos escoceses.



O famoso canhão Mons Meg, construído por volta do século XV d.C., para Jaime II da Escócia, reside no castelo com outro canhão, o One O’clock Gun, disparado diariamente às 13h (exceto aos domingos), uma tradição que teve início em 1861 para auxiliar à navegação dos navios que passavam pelo local.


Canhão Mons Meg. World History Encyclopedia. (CC-BY-SA)


Na Sala da Coroa do castelo estão os itens conhecidos como Honras que foram datados do século XVI e consistem em uma coroa, cetro e espada do estado, usados juntos pela primeira vez na coroação de Mary, Rainha dos Escoceses em 1543 no Castelo de Stirling. Esses objetos foram movidos para vários locais e trancados em um baú lacrado no castelo durante a história conturbada entre a Escócia e Inglaterra. Ao longo do tempo, mais joias foram adicionadas a coleção, incluindo joias como o grande anel de rubi usado por Carlos I da Inglaterra durante sua coroação.



Bibliografia

Cartwright, Mark. "Edinburgh Castle." World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 14 de abril de 2021. Acesso 15 de abril de 2021.


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