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Arqueólogos encontram mais de 2.500 artefatos astecas raros


Uma pequena parte da variedade visualmente impressionante e bem preservada de artefatos astecas localizados no Templo Mayor, na Cidade do México. Créditos INAH.


Arqueólogos mexicanos encontraram a nordeste da praça central da Cidade do México uma das maiores e mais magníficas coleções de artefatos pertencentes ao povo asteca já encontrada. Esse impressionante tesouro asteca inclui mais de 2.500 peças de madeira de todas as formas, tamanhos e usos, além de muitos outros que foram deixados para trás pelos moradores de Tenochtitlan.

Os artefatos foram encontrados pela equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia (INAH) em um grande depósito ao pé de uma estrutura histórica conhecida como Templo Mayor, que faz parte de um importante complexo de construções cerimoniais e religiosos astecas. Todos os itens encontrados no local estão agora sobe a posse do Projeto Templo Mayor, administrado pelo INAH.


Um tesouro de oferendas astecas

Segundo os pesquisadores, os artefatos localizados nas proximidades do Templo Mayor foram oferecidos como oferendas aos deuses por indivíduos que viveram na capital asteca entre 1325 d.C., quando teve início a construção do complexo religioso, até ser destruído pelos espanhóis em 1521 d.C. As últimas escavações ligadas ao INAH localizaram uma grande quantidade de objetos pessoais feitos de madeira, incluindo máscaras, brincos, ornamentos, cocares, peitorais, estatuetas, cetros, jarros, dardos e seus lançadores, trazidos ao templo por pessoas que moravam em Tenochtitlan e peregrinos de outras localidades que visitavam o local sagrado.

Durante as escavações foram encontrados também restos de plantas e animais antigos, itens de ouro e cobre, peças de cerâmica e ferramentas de sílex. Mas o que chamou a atenção foi a incrível coleção de artefatos de madeira.


Descobrindo os inestimáveis ​​artefatos astecas do Templo Mayor

As escavações no Templo Mayor se iniciaram em 1970, sob o apoio do projeto Templo Mayor do INAH. O local era uma estrutura piramidal onde vários outros templos, edifícios, plataformas e edificações públicas foram construídos em seu entorno. O Templo Mayor era considerado o santuário religioso de todo o Império Asteca.

Ao longo do tempo, várias escavações foram realizadas, e pouco foi encontrado no local. Apenas alguns poucos objetos de madeira foram recuperados. A madeira é um material orgânico que muitas vezes se decompõe quando enterrada por um longo período no solo. Muitos artefatos foram encontrados no complexo do Templo Mayor, mas frequentemente se decompunham e se desintegravam logo após serem removidos do solo.


Máscara de madeira encontrada entre as últimas descobertas de artefatos astecas no Templo Mayor, no centro da Cidade do México. Fonte: Mirsa Islas Orozco / INAH

Então, o que ocorreu neste caso? A diferença é que o os objetos estavam enterrados ao pé do templo submersos na água. Nesse ambiente, os artefatos não se deterioraram na velocidade usual, permanecendo bem preservados. Para manter a integridade dos objetos astecas da decomposição ao ar livre, os pesquisadores do INAH utilizaram uma técnica especial de conservação que envolve a aplicação de açucares sintéticos (lactitol e trealose). Com a aplicação dessas substâncias, os microrganismos que causam a decomposição da madeira interrompem toda a atividade biológica. Após esse tratamento, os artefatos foram enxaguados e levados para uma câmara de calor com temperaturas de até 50 °C, em um processo de secagem lento. Depois de todas essas etapas os objetos estavam prontos para emergir livres de quaisquer organismos potencialmente destrutivos. Agora eles estão seguros e preservados, proporcionando aos estudiosos todo o tempo necessário para estudar e analisar esses incríveis artefatos astecas.


Uma coleção única de uma cultura única

O Templo Mayor foi erguido em homenagem a duas divindades astecas: Tlaloc, o deus da chuva e da agricultura, e Huitzilopochtli, deus da guerra. Os mais de 2.500 objetos de madeira encontrados, haviam sido oferecidos como sacrifício ou oferendas a esses deuses, por devotos ou sacerdotes. Usando a tecnologia de microscopia eletrônica de varredura, os pesquisadores puderam observar de perto as superfícies dos objetos. Essas varreduras revelaram vestígios de algumas cores usadas para decorá-los (as tintas azul, preta, branca e vermelha eram as mais comuns).


Os objetos de madeira desta coleção foram produzidos de diferentes espécies de pinheiros. Alguns foram esculpidos em madeira como cedro-branco, cipreste, aile e tepozán. As árvores na Mesoamérica eram consideradas sagradas. Os artefatos encontrados no Templo Mayor foram feitos por carpinteiros e entalhadores altamente qualificados para esse trabalho tão importante. Alguns conseguiram sobreviver e continuar seu trabalho mesmo depois que a cidade de Tenochtitlan foi destruída pelos conquistadores espanhóis.


“É uma coleção, ouso dizer, única em seu gênero. É um dos mais ricos de toda a Mesoamérica” , disse ao El Pais o diretor do Projeto Templo Mayor, Leonardo López Luján. “Esse tipo de objeto normalmente não sobrevive até hoje, entre outras coisas, porque esta era uma ilha cercada por um lago. As condições fizeram com que esses objetos sobrevivessem por mais de 500 anos.”


Fonte: Ancient Origins

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