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Espelho do telescópio espacial James Webb em 2017. Imagem NASA.
Pela segunda vez, o grupo de esquerda pressiona a NASA para renomear o seu Telescópio Espacial James Webb (JWST). No último dia 18, a NASA decidiu não renomear o telescópio baseada numa investigação histórica sobre o homônimo do telescópio, um ex-administrador do alto escalão da NASA em uma época em que os Estados Unidos demitiam funcionários, supostamente por sua orientação sexual.
Alguns astrônomos LGBT se manifestaram contra o telescópio levar o nome de Webb, afirmando que a associação perpetua um período sombrio na história americana. A agência contratou seu historiador-chefe para explorar a história de Webb, principalmente durante sua gestão de 1949 a 1952.
“O relatório não encontrou evidências de que Webb fosse um líder ou proponente da demissão de funcionários do governo por sua orientação sexual”, disse a agência em um comunicado divulgado com o relatório. Em 2002, o telescópio foi nomeado pelo ex-administrador da NASA Sean O’Keefe, em reconhecimento as contribuições de James Webb ao serviço do governo, principalmente no processo de desenvolvimento do programa Apollo para enviar astronautas à Lua. Alguns astronautas e cientistas questionam a escolha do nome e pedem sua remoção.
Uma petição para renomear o telescópio foi lançada o ano passado por quatros astrônomos: Chanda Prescod-Weinstein, Sarah Tuttle, Lucianne Walkowicz e Brian Nord. “É hipócrita da parte da NASA insistir em dar crédito a Webb pelas coisas emocionantes que aconteceram sob sua liderança – atividades que, na verdade, foram conduzidas por outras pessoas – mas se recusar a aceitar sua culpa pelos problemas”, dizem os quatro astrônomos.
Segundo a nora de James Webb, Barb Webb, as descobertas não foi nenhuma surpresa para a família, mas está satisfeita com o fato da NASA ter feito a divulgação do relatório. “James Webb não merecia ter seu legado depreciado erroneamente de maneira tão precipitada e equivocada”, diz ela.
James Webb foi chefe da NASA de 1961 a 1968.
“Não preciso ver evidências de que [Webb] supervisionou pessoalmente a demissão de pessoas LGBTQ+ para saber que ele não é um indivíduo que deveria representar o futuro da pesquisa astronômica”, diz Rolf Danner, copresidente da American Astronamical Society’s Comitê para Orientação Sexual e Minorias de Gênero em Astronomia.
Mesmo com mais essa derrota, o grupo de esquerda tem esperança de que, de agora em diante, aja uma mudança de orientação de como nomear missões e edifícios. Segundo o porta-voz da agência, no futuro, convocará uma comissão que inclua um historiador e fará “uma revisão histórica e jurídica completa”, antes da escolha de nomes.
Fonte: Nature