top of page

A grande nevasca de 1888 nos EUA

Atualizado: 5 de fev.

Matéria


A grande nevasca de 1888 nos EUA - História em Destaque

Família se depara com uma alta camada de deve em Nova York. Wikimedia Commons.


Em 10 de março de 1888, um sábado, o US Signal Service, o precursor do atual National Weather Service, previa que a tempestade se dissiparia ou se dirigiria para o mar, mas em vez disso, chocou-se com uma frente fria vinda do Canadá e criou a tempestade do século. A interrupção da telefonia e do telégrafo foi tão grande que a cidade de Nova York ficou inicialmente incapacitada de se comunicar com o resto do mundo.



William Steinway, um fabricante de pianos, acordou em 12 de março de 1888 e descobriu “a tempestade de neve mais terrível... que já experimentei” havia soterrado a cidade de Nova York. Durante o trajeto até sua casa em Gramercy Park, a sua carruagem ficou presa por três vezes e ele teve que caminhar com a neve até os joelhos. Sua esposa e seus dois filhos voltaram para casa cobertos de neve após a apresentação do teatro ser cancelada. E assim se iniciou o dia em que as pessoas de Washington, DC vivenciaram a nevasca de 1888, um evento climático pelo qual outras tempestades da Costa Leste são medidas ainda hoje.



As cidades que estavam no caminho da tempestade tiveram que enfrentar o problema da remoção de "toneladas e toneladas de neve, a maior quantidade a cair em dois séculos e meio de habitação", de acordo com o livro Blizzard! The Great Storm of '88 por Judd Caplovich, que também citou números como de 400 mortes, 200 delas, na cidade de Nova York.


Em seu diário, o presidente da importante fábrica de pianos Steinway & Son, William Steinway, foi um dos primeiros a relatar a tempestade. Além de fundar a fábrica de pianos, ele criou uma vila residencial em Astoria, Nova York, iniciou o planejamento do sistema de metrô também em Nova York, construído em parte para evitar a péssima experiência dos passageiros de 1888, que ficaram presos em ferrovias elevadas durante a nevasca.



Em março de 1888, Steinway não estava pensando em túneis de metrô. “A neve parou, mas o frio intenso começou, quase me congelando até a morte no caminho”, escreveu ele em seu diário no dia 13 de março. Steinway manteve todos os seus compromissos até tarde da noite até chegar “são e salvo” às 23:30 de 14 de março. “Está nevando forte de novo, todos os negócios estão suspensos, os trabalhadores não podem chegar às fábricas, as escolas pararam, nossos cavalos morrendo de fome por falta de alimento, enviei George (seu filho) para comprar aveia, o telhado de nossa fábrica de teclas (de piano) quase desabou. Casa em pleno funcionamento.”

Segundo as informações compiladas no livro de Caplovich, montes de neve atingiram o segundo andar de edifícios em Nova York. Em Albany, Saratoga Springs, Bennington e Vermont, a neve acumulada chegou a mais de um metro. O jornal The New York Times e outros noticiaram que os rios East e Hudson em Nova York estavam tão congelados que formaram uma ponte natural que permitia as pessoas atravessarem. Tentando derreter a grande quantidade de neve acumulada, pessoas cavavam cavernas e usavam caixas e barris para fazer fogueiras tentando derreter a neve. Se não fosse possível passar sobre a montanha de neve, faria um túnel sob ela. Os táxis tinham fogão a lenha em seu interior para evitar que os clientes congelassem, e milhares de pessoas ficaram presas por vários dias em trens.




Uma publicação da Smithson Magazine de março de 1988, marcando o 100° aniversário da tempestade, escreveu sobre uma Sra. M. Brusselars e mais doze refugiados que ficaram presos em sua casa em Hartford, Connecticut, por três dias. Brusselars relatou: “descobrimos que sob minha varanda de trás havia cerva de 75 a 100 pardais, então matamos alguns, fizemos algumas tortas de pardal, que ajudaram a nos sustentar”.



No ano 1888, trabalhadores perdiam o pagamento por faltar um dia no serviço – mesmo em uma grande nevasca. Sobre essa insegurança no trabalho, o livro de Caplovich conta a história de um homem chamado William Scribner, de Connecticut, que no primeiro dia da tempestade, andou 2 km de sua casa, cambaleou até o portão da empresa e ouviu o apito sinalizando o início do turno. “Quando ele estava a poucos passos da entrada, o guarda trancou o portão” e “apesar da tempestade, a gerência considerou Scribner apenas mais um funcionário atrasado e cortou o pagamento de um dia.”

O livro de Caplovich conta ainda que houve resgates incríveis como o de um homem que tentou pegar seu chapéu em cima de um monte de neve e acabou encontrando uma jovem inconsciente. “Usando apenas as mãos em um ataque frenético de escavação, Leonard conseguiu libertar a garota e carregá-la para um abrigo”, dizia o livro. Ela sobreviveu.


Fonte: National Museum Of American History

Comments


bottom of page